Eu acho que o teatro é feito para narrar o mundo, para torná-lo claro para nós e nos dar força de compreendê-lo e, portanto, de transforma-lo. Eu não imagino esta arte sem sua relação com o mundo. As palavras de Ariane Monouchkine, fundadora e diretora do Théâtre Du Soleil, definem bem o espírito de sua trupe, um dos mais criativos grupos de teatro do mundo da atualidade, marcante por sua longevidade, seu percurso exemplar e o renome internacional alcançado por seus espetáculos. Béatrice Picon-Vallin  na companhia das vozes daqueles que fazem o Soleiel  narra a epopeia de um grupo de teatro que se distingue, em conjunto com a qualidade de suas criações artísticas, pela originalidade de seu funcionamento, por seus métodos de trabalho e por uma relação com o mundo que funde vida e arte. Premiado como melhor livro sobre o teatro na França, O Théâtro Du Soleil Os Primeiros Cinquenta Anos, que a Perspectiva e as edições Sesc São Paulo ora publicam, com uma numerosa iconografia em grande medida inédita, é tanto o relato histórico sobre a trupe como uma bem-sucedida forma de traduzir esse espírito corajoso e inovador em uma obra que o apresenta à luz da fulgência solar da recomposição histórica e crítica de Béatrice Picon-Vallin.Diretora emérita de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique CNRS, Béatrice Picon-Vallin consagra parte de suas investigação à história e à encenação. Dirige as coleções dedicadas às artes do espetáculo Mettre em scène Actes Sud Papier, TH 2 LÂge dHomme e Arts Du spectacle CNRS Éditions.É autora, entre outros, de A Cena em Ensaios Perspectiva, 28 e Meirhold Perspectiva, 213.